Marta Cardoso

 

 

Aos 19 anos comecei a trabalhar como promotora de vendas viajando pelo Brasil durante 10 anos. O local de trabalho eram pavilhões de feiras e eventos em “Stand’s” montados para este fim a  exemplo da U.D. de São Paulo. Pouco tempo depois passei a gerenciar os produtos que vendia. Logo depois passei a fazer venda dos “stand’s” e por fim integrar a equipe de produção musical do evento nas cidades, como acontece aqui na FENEARTE. Uma dos grupos que contratamos na época em Salvador foram As Meninas e A Rapaziada, que pouco tempo depois estavam estourados na mídia.

Foi exatamente nessas viagens que após às 23:00 horas saíamos para conhecer as cidades, sua cultura e costumes. A cada estado e cidade que conhecia, mas fascinada ficava com o que elas tinham a oferecer em lazer e cultura. Foi quando percebi a infinidade de ritmos e a variedade cultural que o meu estado tinha e que precisava ser divulgada.

Foi nesse processo de reconhecimento que fiz os primeiros eventos no estado de Santa Catarina nas cidades de Balneário Camboriu, Itajaí, Blumenau, onde residindo durante 2 anos no estado. Depois no estado do Pará onde permaneci durante 11 meses e de lá direto para Bahia residindo por 2 anos e 06 meses na área de eventos culturais e feira.

Em dezembro de 1999 já estava de volta ao Recife e engajada no Maracatu Nação Maracambuco dançando na ala das Baianas. E em abril de 2000, através de contatos com o Projeto Dia e Noite de Salvador, fomos convidados a participar das comemorações do Brasil 500 anos, nesse momento passei de baiana à Produtora Cultural. O Maracambuco foi o único grupo de Pernambuco a participar deste evento, permanecendo 16 dias no estado. Todos os recursos da viagem foram através de projetos elaborados, tanto financeiros quanto serviços.

Deste dia em diante passei a integrar grupos culturais para aprender e fortalecer a área que queria atuar... Maracatu Nação Pernambuco; Badia; Coco de Roda; Maracatu Nação Camaleão; Nação de Luanda e Leão de Judá, onde atuei na Produção e venda; Pérola Negra (forró), Benedito da Macuca, Ferrugem Coquista. Aconteceu de vir de presente o Afoxé Timbaganju onde hoje atuo como Produtora, sou a Presidente, toco e canto. O Grupo Percussivo Negros D’Angola veio logo a seguir e através dos dois elaborei e tive aprovado 02 projetos para entidades internacionais. O primeiro foi feito aqui (confecção de instrumentos) para serem levados para a Escócia e o segundo foi a ida do Presidente anterior do Afoxé para a Escócia com o intuito de dar aulas de percussão em 20 Escolas Municipais e no TESS – The Endimburg Samba School com uma apresentação de encerramento com a Orquestra Sinfônica da Escócia.

Neste mesmo período já estava fazendo cursos de Gestão e Produção Cultural pela Prefeitura da Cidade do Recife e Olinda. Atuando como Produtora da Banda Súditos da Verdade, A Marassa (antiga Macambira), Leão de Judá, Afoxé Omi Sabá e a Escola de Samba Limonil.

Hoje estou ligada diretamente ao Afoxé onde sou a Presidente e Produtora. O Timbaganjuque é o meu carro chefe, e trabalho com o Coco Quebrado, Coco Folhas do Irôko, Negros D’Angola, Banda Palafita, Axé da Lua e fechando com outros grupos.

Minha luta é constante, difícil, árdua, mas não desisto um segundo de fazer exatamente o que gosto, acredito e considero um mercado em expansão e promissor.

Minha missão agora e sempre, é estudar constantemente, reciclar-me periodicamente, elaborar projetos e encaminhá-los com o intuito de serem aprovados, traçar meta para alcançar meus objetivos, agregar valores a todos e a tudo que diz respeito a cultura popular.